domingo, 30 de setembro de 2007

Troca de Partidos


Amigos

Tenho lido nos jornais a pressão da imprensa sobre esse tema: "Troca de Partidos". Tenho minha opinião formada a esse respeito. O "Dia D" será na próxima quarta-feira, dia 03/10, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará o mérito de um mandato de segurança do PSDB, DEM e PPS, contestando a decisão do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chináglia (PT/SP) sobre a titularidade dos mandatos para os partidos. Essa "guerra" começou depois que os partidos se assustaram com a "debandada". O número é expressivo. Calcula-se que só na Câmara dos Deputados, 47 deputados se mandaram para outros "ninhos" até a última sexta-feria e o prazo para o encerramento da 'festa' será no mesmo dia do julgamento. Espera-se que uma nova leva de parlamentares siga o mesmo caminho. Segundo os "sábios", a Lei eleitoral já trata dessa matéria, portanto não seria novidade. Os partidos, apenas, não ligavam para esse detalhe. Isso só ocorreu depois que seus interesses foram contrariados.

Aliás, isso sempre ocorre quando se observa a "peneira furada". Agora, ninguém discute os motivos que levaram alguns parlamentares a "mudar de casa". Não me recordo o ano, mas uma das mais expressivas lideranças políticas de Pernambuco, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) sentiu-se obrigado a fazer a mesma coisa, migrar para outra sigla, o PSB do doutor Miguel Arraes, para viabilizar sua candidatura à Prefeitura do Recife. Essa "troca" ninguém contestou e Jarbas foi eleito Prefeito da Capital. Os motivos para essa decisão que, hoje, para alguns é "alarmante" desconheço. Comenta-se que o então deputado federal Jarbas não estaria satisfeito com a decisão dos 'cardeais' de seu estimado MDB (na época) de lançar a candidatura do já falecido deputado federal Sérgio Murilo no seu lugar.

Não me ocorre que tenha havido uma alteração na lei naquela oportunidade porque desde que me entendo de gente, centenas, talvez, milhares de parlamentares deste País trocaram de partido. O absurdo nisso tudo é que só agora os manda-chuvas das agremiações partidárias passaram a usar óculos ! Outro detalhe que "põe gosto ruim" nessa história, é que, segundo a lei, a medida só atinge parlamentares nas três instâncias: vereadores, deputados Estaduais e Federais. Senadores, Governadores e Prefeitos estão isentos..!!! que coisa interessante, não acham ?! Isso me parece "um peso e duas medidas", não?

Sobre os argumentos usados para quem decidiu migrar de sigla destaca-se o 'fisiologismo'. Todavia, fazer julgamentos precipitados é coisa feia..!! - já dizia minha falecida mãe, dona Virgínia..!. Os entraves enfrentados pelos deputados federais Cadoca, ex-PMDB e Paulo Rubem Santiago, ex-PT, não devem ser avaliados como "fisiologismo" porque os citados parlamentares tiveram suas candidaturas à prefeito do Recife e Jaboatão dos Guararapes, respectivamente, derrubadas pelas agremiações de origem. Não respeitaram, siquer, o desejo dos mesmos de enfrentarem prévias para uma escolha honesta de candidatos. Portanto, não se pode afirmar que os parlamentares em questão são fisiologistas.

A matéria é delicada e deve ser julgada com serenidade pelo STF. Eu, por exemplo, sai do PSDB e me filiei no PSC e não me arrependo. Minha decisão partiu do fato de me sentir "engessado" no partido do senador Sérgio Guerra. Meu desejo sempre foi o de fazer política partidiária e essa oportunidade nunca me foi dada. Apenas promessas, promessas e nada mais. Na verdade, nunca fui encarado como um dos "quadros" do citado partido. Fui prejudicado nas últimas eleições proporcionais quando obtive mais de 30 mil votos para deputado Estadual e não consegui me eleger..!! O próprio parttido reconhece que me subestimou e isso me ofendeu bastante..! Ser o primeiro suplente da sigla foi a única compensação recebida. Isso não quer dizer que tenha mágoa dos companheiros com quem convivi no PSDB. Ao contrário, são pessoas da melhor qualidade, a começar pelo seu chefe maior, o senador Sérgio Guerra. Quando pressentiram a minha saída tentaram me convencer para ficar. Já era tarde. Minha decisão já havia sido tomada.

Quando decidi migrar para o PSC o fiz conscientemente, sem medo de conseqüências. Agora, estou fazendo o que sempre desejei, trabalhando para o fortalecimento do partido em todo o Estado, uma vez que faço parte da Executiva Estadual do Partido. Observem que não estou discutindo aqui possível candidatura à qualquer cargo eletivo. Me considero, apenas, um 'soldado' do partido e me sinto bem com isso. Isso não me parece fisiologismo e nem considero 'infiel'. Sou um cidadão, detentor de plenos poderes para decidir sobre o que é melhor para mim e para os princípios que defendo. Se a minha atitude de sair do PSDB e migrar para o PSC acarretar, como suplente, na perda do direito de ocupar uma cadeira (cargo vago em decorrência de eleição do titular noutro cargo eletivo), sou muito homem para encarar o prejuizo e lutar reconquistar meus direitos, então, cerceados.

É bom lembrar que a minha situação é essa. Não perderei tempo tentando advinhar os motivos que levaram dezenas de parlamentares a fazer a mesma coisa. É bom que fique bem claro: estou cansado de ser "miaeiro de votos". Gostaria de ler a opinião dos amigos sobre esse tema. Um forte abraço.

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